Reflexão, compromisso e ação
O Dia da Consciência Negra é um convite para lembrarmos que a luta por igualdade racial não é apenas parte da história do Brasil, mas uma urgência do presente. Para a APEC, que atua diariamente em territórios marcados por vulnerabilidades sociais, essa data reforça o compromisso que já faz parte da nossa missão: promover oportunidades reais para crianças, adolescentes e famílias que, muitas vezes, enfrentam as desigualdades estruturais mais profundas do país.
Grande parte dos nossos alunos e alunas é formada por crianças e adolescentes pretos e pardos, que crescem e convivem em bairros onde faltam equipamentos culturais, espaços de esporte, acesso a tecnologias, segurança e políticas públicas contínuas. Ainda assim, carregam talentos, sonhos e uma potência que, quando encontra apoio, transforma realidades!
Por isso, nossas iniciativas — seja no esporte, na cultura, na educação ou na saúde — não são apenas atividades em contraturno. São ferramentas de fortalecimento, pertencimento e autonomia. Cada projeto que desenvolvemos busca romper algumas dessas barreiras e ampliar caminhos para que esses alunos possam acessar oportunidades e ocupar espaços onde, por muito tempo, não foram convidados a estar. A possibilidade de proporcionar aulas de modalidades geralmente praticadas por pessoas brancas e de alta classe social é uma forma de dizer para cada um deles: você também pode. Sabemos que nem sempre é o suficiente, mas é o começo. É um impulso e um incentivo que podem ser essenciais para construir uma nova perspectiva futura.
No Dia da Consciência Negra, reafirmamos que promover inclusão é mais do que oferecer serviços: é reconhecer trajetórias, valorizar identidades, combater o racismo estrutural e garantir que todas as crianças e adolescentes tenham direito a um futuro possível. Isso perpassa nosso cotidiano como um todo: desde revisitar nossa linguagem, repleta de expressões racistas e classistas; desde nossos comportamentos e também as ações afirmativas que praticamos concretamente.
Por isso, aproveitamos este momento para convidar a todos os nossos prestadores de serviço, apoiadores, alunos e familiares, a refletirem com base no pensamento da filósofa Angela Davis: para além de não sermos racistas, o quanto nos dedicamos a ser antirracistas?
Seguimos firmes no compromisso de construir, junto às comunidades, uma sociedade mais justa, diversa e igualitária. Hoje e todos os dias!