Baseada em cartilhas da ONU (Organização das Nações Unidas), o BNBD propaga, em homenagem ao mês da mulher, a luta contra o machismo nas aulas do projeto social
Pensando na importância de um ambiente sem preconceito nas escolas, a ONU Mulheres lançou o programa “Escola Sem Machismo”, com financiamento da União Europeia. A campanha foi criada com o objetivo de pôr fim à violência contra as mulheres e está em ação no projeto “Bom de Nota, Bom de Dança”, nos núcleos de Batatais, Descalvado, Lins e Serrana.
Para a psicóloga Leticia Molina, a ação é importante a todos os envolvidos no projeto social, profissionais e as próprias crianças, para debater e refletir sobre a conscientização, educação e o respeito em relação às mulheres.
A campanha “Escola Sem Machismo” realiza uma oferta pública de materiais para engajar a juventude na prevenção e eliminação da violência e discriminação contra as meninas. A iniciativa disponibiliza textos e materiais para todos os alunos e professores.
“Além de planos de aulas, há o plano nacional de política para mulheres, com dados, metas e estatísticas sobre o enfrentamento da mulher em relação às desigualdades no mercado de trabalho, no esporte, na saúde, na responsabilização da criação dos filhos e à submissão”, explica Leticia.
A psicóloga ainda ressalta outro fato importante. “Temos um exemplo da grande evasão de meninos do balé, pois, apesar de gostarem, sofrem represálias, geralmente com brincadeiras, dizendo que é coisa de menina”, conta ela.
Essa realidade pode mudar ao se trabalhar com a preocupação em construir o tema “Escola Sem Machismo” de um jeito que crianças e jovens compreendam. Isso é realizado pelo BNBD a partir de atividades, como a elaboração e desenvolvimento de desenhos e histórias.
Quando se fala em educação e combate à violência contra a mulher, um ponto essencial é entender que existe uma linha tênue que separa uma piada de uma agressão. É isso que pode ser trabalhado desde cedo.
O projeto
O projeto social Bom de Nota, Bom de Dança, plano anual, reúne meninos e meninas, de 7 a 12 anos, em torno de algo em comum: a dança. São mais de 700 crianças atendidas, em cinco núcleos (nas cidades de Batatais, Descalvado, Lins e Serrana).
O programa oferece as modalidades de balé e danças urbanas, gratuitamente, às crianças matriculadas nas escolas conveniadas ao projeto, incentivando e integrando-as nos estudos e na dança.
Segundo a coordenadora do BNBD, Mariana Souza, o impacto na vida das crianças é visível. “Trabalhamos com uma metodologia de controle de talentos, incentivando a frequência escolar, o comportamento, o respeito, a solidariedade e a cooperação”, afirma.
Estimular jovens cidadãos a mudar de realidade, utilizando a expressão corporal como ferramenta, é mais uma das características do Projeto. As aulas acontecem sempre em contraturno escolar, para não atrapalhar o rendimento dos alunos.
“A dança é uma extensão do aprendizado em sala de aula. Tudo é pensado para que os alunos se desenvolvam e cresçam como cidadãos”, ressalta Lívia Mariussi, assistente social. Todo o material, uniforme e lanche são oferecidos aos alunos do projeto.
Com patrocínios da Usina Batatais, Usina Lins, Usina Ipiranga e Usina da Pedra, o Projeto, organizado desde o início de 2017, é um plano anual via PRONAC (Programa Nacional de Apoio à Cultura), com o objetivo e missão de levar e fomentar a cultura nessas cidades, em parceria com a educação.